domingo, 26 de julho de 2015


Continuando com as dicas de Literatura para a prova do ENEM.
Não há leituras obrigatórias, mas ler bastante é indispensável. Atenção para o século XX.
A literatura brasileira do século 20 predomina na prova. Divida seu tempo em modernismo de 22 (1ª geração), 30 (2ª geração) e 45 (3ª geração). Em cada geração, se destacaram autores que pavimentaram a literatura brasileira, como Manuel Bandeira, Oswald de Andrade, Graciliano Ramos, Vinícius de Moraes, Erico Verissimo, Jorge Amado, Clarice Lispector, etc.
VEJA OS AUTORES QUE MAIS SÃO LEMBRADOS NA PROVA DO ENEM.
É sempre legal ter uma visão bem panorâmica da história da literatura brasileira, mas o século 20, a partir do modernismo, sempre cai em uma ou duas questões. O escritor mais lembrado nas provas do Enem é Carlos Drummond de Andrade, um dos estandartes da geração de 30.
Carlos Drummond de Andrade                                   
Drummond é o nome mais importante da poesia brasileira no século XX. "A variedade temática de sua obra, que abraça das inquietudes humanas ao nacionalismo crítico, e a habilidade no uso de diversas técnicas de estruturação do poema garantem a ele destaque em qualquer avaliação”.
Machado de Assis
Machado é o nosso mais importante escritor de prosa. "A linguagem sugestiva, com claro apelo à ironia, e as suas inovações técnicas e temáticas em relação às produções da época (final do século XIX) são itens sempre presentes em boas provas”.

CLARICE Lispector

Clarice é o próprio Modernismo na prosa: "Dona de uma técnica narrativa singular, o lirismo de suas construções e a profundidade dos seus personagens permitem que se avalie a capacidade de compreensão do candidato e sua maturidade para absorção de leituras mais sofisticadas".
Oswald de Andrade
Talvez ele seja o mais radical dos escritores da primeira fase do movimento modernista (1922-1930). "É muito comum haver questões sobre as inovações promovidas em suas obras, além de comparações entre suas produções e outras, mais tradicionais”.
Cecília Meireles
A grandiosidade de sua obra mais típica, capaz de traduzir com singeleza as mais duras fragilidades da condição humana, numa linguagem musical. "É importante lembrar que ela também escreveu obras como 'Romanceiro da Inconfidência', em que um fato da História nacional permite grandes reflexões sobre nossa gente".


Rubem Braga
É o grande nome da crônica brasileira. "Seus textos abordam temas cotidianos sob uma perspectiva singular, numa linguagem ao mesmo tempo doce e impactante. Sua capacidade de fazer parecer simples algo tão complexo faz com que ele seja um dos autores mais cobrados em provas”.
José de Alencar
Trata-se de um autor que buscou mostrar, numa perspectiva romântica (sentimental, idealizada), o Brasil para os brasileiros. "Seus romances constituem um grande painel da nossa variedade linguística, da nossa cultura popular, da nossa fauna, da nossa flora e dos nossos tipos humanos”.
Graciliano Ramos
Principal nome do “Romance Social Nordestino”, foi o escritor do povo marginalizado pela seca e, principalmente, pelo sistema social, político e econômico vigente. "O alto grau de psicologismo da sua obra permite que nos identifiquemos com os dramas narrados e que tornemos universais questões regionais".
João Cabral de Melo Neto
É um autor peculiar da nossa literatura. "Utilizando procedimentos tradicionalistas na estruturação do poema, ele consegue trabalhar seus temas com abordagens inovadoras, sendo contido e racional até mesmo para tratar de temas sociais ou sentimentais. Essa junção de fatores dá margem à elaboração de muitas questões de prova".
Álvares de Azevedo
É o mais romântico dos nossos poetas românticos. "Nele, encontram-se exageradas todas as características típicas desse estilo. Curioso é que, em muitos poemas, ele subverte as expectativas e zomba de suas próprias convicções poéticas. Seja em textos típicos ou atípicos, é um autor a ser recordado para o Enem".

Dicas para encarar a prova de literatura do Enem
O Enem enxerga as artes como um processo mais amplo e entra nas artes plásticas e na música. O aluno tem de ser um bom leitor de textos em todos os formatos, mas a primeira coisa é ter conhecimento da história da literatura brasileira como um todo. O Enem pega tanto textos mais modernos, que se parecem mais com a nossa linguagem atual, quanto textos de jornais, poesia e canções populares, A Literatura no Enem compreende a articulação entre os recursos expressivos e estruturais do texto literário e o processo social relacionado ao momento de sua produção.
Literatura você primeiramente precisa se conscientizar de que ela, assim como toda arte, é uma transfiguração do real, isto é, a realidade recriada por meio do espírito do artista vivendo em seu tempo.

Sendo assim, o artista, de acordo com sua ideologia, submetido a um contexto histórico, político e social, realiza um trabalho especial, cuja matéria-prima é a própria palavra. Dessa forma, torna-se evidente que em todo esse “manejo” predomina tão somente a função poética da linguagem, na qual a intenção do emissor, no caso o artista, é voltada para a própria mensagem, seja na estrutura ou na seleção e combinação das palavras, de forma a atingir plenamente seu objetivo “artístico”.


Com base nesses pressupostos, você terá condições de entender alguns dos objetivos referentes ao processo pelo qual irá passar, uma vez que é esperado que o aluno demonstre seus conhecimentos relacionados ao campo da Literatura, tendo em vista a capacidade de:

- Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.

- Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político.

- Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário.
- Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional.

Torna-se importante ressaltar que tais objetivos estão intrinsecamente relacionados ao objetivo maior do Exame Nacional do Ensino Médio, que é – em vez de conduzi-lo a memorizações mecanicistas de conceitos – fazer com que você entenda acerca da aplicação dos termos e suas funções na língua. 










domingo, 19 de julho de 2015

Aprenda a fazer a redação do Enem passo a passo

O formato de redação escolhido pela grande parte dos vestibulares, inclusive pelo Enem, é a dissertação-argumentativa. Esse gênero textual possibilita que o estudante construa uma tese inicial e a defenda diferentes pontos de vista ao longo do texto. Separamos aqui algumas dicas para você construir um bom texto. Confira!


1º) Veja o tema de redação e faça uma leitura cuidadosa da prova - Essa é a principal dica e vai influenciar todo o seu desempenho. Leia e releia a proposta e os textos de apoio. Dê uma lida também nas questões da prova. Pode ser que alguma informação ajude no tema da redação. Atenção: essa etapa é essencial para que você não fuja do tema.

2º) Elabore o projeto de texto e escolha uma tese - Esse é o momento em que você deve escolher a sua abordagem e os argumentos que usará para defender sua tese. Separe as ideias principais sobre o assunto em um rascunho. Na tese, escolha um tema que você domine para argumentar e expor o seu ponto de vista.

3º) Faça a primeira versão do texto - Nessa etapa do rascunho, preocupe-se com o conteúdo e não com a gramática. Foque sua atenção para organizar os argumentos da melhor forma. As ideias devem fazer sentido e devem estar ligadas entre si. Um texto bem amarrado valoriza a sua argumentação e fará com que o corretor não se sinta confuso ao lê-lo.

Lembre-se da estrutura básica da dissertação-argumentativa
Introdução
Apresente o tema e o recorte que você fará dele. Evite fazer rodeios. É recomendável que a tese seja exposta para direcionar a leitura e mostrar sua linha de raciocínio. Lembre-se de que na dissertação seus argumentos devem ser usados para convencer quem estiver lendo.
Desenvolvimento
Defenda a sua tese apresentando ideias que a justifiquem, de forma consistente, e apresente seus argumentos. Essa parte é importante, por isso coloque tudo da forma mais clara possível para que o leitor compreenda seu ponto de vista. Para deixar organizado, uma dica é reservar um parágrafo para cada argumento, analisando todos os aspectos que você quer abordar.
Conclusão
Retome as ideias expostas na introdução, junto com os principais argumentos que a justificam para confirmar a tese e encerrar o debate. Diferente das outras redações, no Enem é nessa parte que você deve propor a solução ao problema, a partir dos pontos já levantados durante sua redação.
4º) Revise o texto: Agora é hora de corrigir a gramática e encontrar outros errinhos na sua redação. Caso tenha dúvida na grafia de alguma palavra, tente substituir por outra expressão. Preste atenção se não existe alguma frase sem sentido perdida pelo texto e avalie se há coerência entre as ideias.

5º) Passe o texto a limpo: Finalmente, essa é a última etapa da redação. Por isso a importância de preparar seu texto em um rascunho. Respeite o limite de linhas e não coloque informações fora da área de correção.


Pronto! Agora é só entregar a prova e esperar pelo resultado positivo.

sábado, 11 de julho de 2015

Uso do hífen na nova ortografia

Algumas regras do uso do hífen na nova ortografia foram alteradas pelo novo Acordo, 2009. Para algumas pessoas a mudança ajudou bastante, facilitou na hora da dúvida, já para outras complicou ainda mais.

Vamos fazer uma pequena série sobre o uso do hífen na nova ortografia, para que gradualmente as dúvidas possam ser esclarecidas de maneira mais didática.

Neste primeiro post serão feitas observações em relação ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, tais como:
aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc.
  
Quando usar e não usar o hífen:
1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h.
Exemplos:
anti-higiênico
anti-histórico
co-herdeiro
macro-história
mini-hotel
proto-história
sobre-humano
super-homem
ultra-humano

Exceçãosubumano (nesse caso, a palavra humano perde o h).

2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento.
Exemplos:
aeroespacial
agroindustrial
anteontem
antiaéreo
antieducativo
autoaprendizagem
autoescola
autoestrada
autoinstrução
coautor
coedição
extraescolar
infraestrutura
plurianual
semiaberto
semianalfabeto
semiesférico
semiopaco

Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.

3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de r ou s.
Exemplos:
anteprojeto
antipedagógico
autopeça
autoproteção
coprodução
geopolítica
microcomputador
pseudoprofessor
semicírculo
semideus
seminovo
ultramoderno 

Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen.
Exemplos: vice-rei, vice-almirante, vice-versa etc.

4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou sNesse caso, duplicam-se essas letras.
Exemplos:
antirrábico
antirracismo
antirreligioso
antirrugas
antissocial
biorritmo
contrarregra
contrassenso
cosseno
infrassom
microssistema
minissaia
multissecular
neorrealismo
neossimbolista
semirreta
ultrarresistente
ultrassom

Exceção: guarda-roupa, apesar de terminar com vogal e o segundo elemento começar com r neste caso não se usa guardarroupa, o r não se duplica, porque guarda não é um prefixo é uma palavra, uma forma verbal e portanto, fora desta regra.


5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal.

Exemplos:
anti-ibérico
anti-imperialista
anti-inflacionário
anti-inflamatório
auto-observação
contra-almirante
contra-atacar
contra-ataque
micro-ondas
micro-ônibus
semi-internato
semi-interno

6. Quando o prefixo termina por consoanteusa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante.
Exemplos:
hiper-requintado
inter-racial
inter-regional
sub-bibliotecário
super-racista
super-reacionário
super-resistente
super-romântico

Atenção: - Nos demais casos não se usa o hífen.
Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção.
*Com o prefixo subusa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região, sub-raça etc. * Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por mn e vogal: circum-navegação, pan-americano etc.

7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal.
Exemplos:
hiperacidez
hiperativo
interescolar
interestadual
interestelar
interestudantil
superamigo
superaquecimento
supereconômico
superexigente
superinteressante
superotimismo

8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen.
Exemplos:
além-mar,além-túmulo,aquém-mar,ex-aluno,ex-diretor,ex-hospedeiro
ex-prefeito,ex-presidente,pós-graduação,pré-história,pré-vestibular
pró-europeu,recém-casado,recém-nascido,sem-terra

9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim.
Exemplos:
amoré-guaçu,najá-mirim,capim-açu.

10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares.
Exemplos:

ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.

11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição.
Exemplos:

Girassol. Madressilva. Mandachuva, paraquedas,paraquedista,pontapé.

12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte.

Exemplos: Na cidade, conta- -se que ele foi viajar.
O diretor recebeu os ex- -alunos.