Qual é a forma correta de se dizer:
“é bastante difícil” ou “é muito difícil”?
Ao pé da letra, “bastante” significa
“que basta” (ou seja, “suficiente”), mas é perfeitamente possível o emprego
dessa palavra como sinônimo de “muito”, o que é legitimado por todos os
dicionários. São corretas, pois, as duas formas (“bastante difícil” e “muito
difícil”).
Conotação e denotação
Fala-se de “conotação” quando se
emprega uma palavra fora do seu sentido literal (“A palavra ‘flor’ tem
conotação de delicadeza”; “Aquela moça é uma flor”). Já a denotação se refere
ao sentido literal, sem figuração (“Comprei flores para ela”).
Uso de "mau" e
"mal".
“Mau” é antônimo de “bom”; “mal” é
antônimo de “bem”. Basta fazer a troca para que se perceba se cabe “mal” ou
“mau” na frase. Vamos a alguns exemplos: “Fulano joga mal” (bem); “Como podem
eleger um homem tão mau?” (bom); “Mal (nem bem) saí, começou a chover”; “O mal
(bem) que me fizeste é incurável”.
Uso do "g" e do
"j"
Não existe regra para diferenciar o
uso, mas alguns procedimentos podem evitar certos erros. Vamos a alguns deles:
1) palavras que terminam em “gem” são grafadas com “g”, com raras exceções
(“lambujem” e “pajem”, por exemplo); 2) todas as flexões dos verbos terminados
em “jar” são grafadas com “j” (viajem”, “encorajem” e “enferrujem”, por
exemplo); 3) as flexões dos verbos terminados em “gir” merecem cuidado: na
primeira pessoa do singular do presente do indicativo e em todo o presente do
subjuntivo, ocorre (por motivos óbvios) a letra “j” (“fujo, fuja, fujam”), mas
nas demais flexões ocorre (também por motivos óbvios) “g” (“foge, fugimos,
fogem, fugi, fugiram, fugisse”).
Online ou on-line?
O “VOLP” (“Vocabulário Ortográfico da
Língua portuguesa”) registra “on-line”, com hífen.
Um monte de vez ou um monte de vezes?
O elemento formador de um coletivo
costuma ser empregado no plural, quando se trata de um ser contável. Diz-se,
pois, uma “dúzia de laranjas”, “um bando de malfeitores”, “um enxame de
gafanhotos” (mas “um bando de gente”, já que “gente” não é contável). No caso
em questão, diz-se, portanto, “um monte de vezes”.
Uso correto do gerúndio
O que se convencionou chamar de
“gerundismo” é o emprego de construções como “vou (ou ‘vai’, ‘vamos’, ‘vão’,
‘preciso’, ‘devo’ etc.) + estar + gerúndio” em casos em que não se expressam
processos duradouros ou simultâneos. Quando o/a atendente de uma loja diz ao
cliente que ele “deve estar pegando uma senha”, ocorre o tal gerundismo (pegar
uma senha é algo imediato, instantâneo; se o cliente levasse ao pé da letra a
informação do/da funcionário/a, ficaria a vida inteira pegando senhas, cujo
rolo deveria ter no mínimo o tamanho do globo terrestre). No entanto, quando se
diz algo como “Não me ligue nesse horário porque estarei dormindo”, emprega-se
de forma mais do que legítima a construção “verbo ‘estar’ + gerúndio”. Como se
sabe, o processo de “dormir” tem certa duração; leve-se em conta também o fato
de que o suposto (e indesejado) telefonema seria simultâneo ao processo de
dormir. Essa simultaneidade se vê também nesta mais do que legítima construção:
“Quando você estiver chegando a Curitiba, eu estarei discutindo o caso com o
seu médico”. Como se vê, o problema não está na construção “vou (ou ‘devo’
etc.) + estar + gerúndio”, mas em certos empregos que se fazem dela.
Grafia de substantivos compostos e
adjetivos compostos
A reforma ortográfica não alterou a grafia de substantivos e adjetivos
compostos como “segunda-feira”, “peixe-boi”, “cavalo-marinho”, “verde-claro”,
“azul-escuro”, “ítalo-brasileiro” etc. Conclui-se, pois, que quando nomeia um
documento (reivindicatório, de protesto etc.) que contém várias assinaturas, o
substantivo composto “abaixo-assinado” se grafa com hífen.
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